No Brasil se tem a imagem de Santos Dumont como o grande inventor do avião e do relógio de pulso, mas a verdade é que ele nunca chegou perto de ser isso e seu “objeto voador” se quer serviu para deixar um legado posterior para a aviação.
Dumont nada mais era que filho de um grande produtor que café, que gostava de ter uma boa vida e se meter a inventar coisas, enquanto passava as tardes com príncipes e princesas francesas. Claro que não se pode tirar dele o fato de ter criado o dirigível, mas suas grandes invenções param por aí.
O primeiro voo registrado de Dumont ocorreu exatamente no dia 12 de novembro de 1906, quando ele voou 220 metros a altura de 6 metros, algo que foi registrado pelos jornais em toda a França.
O problema é que os irmãos Wright já tinha voado muito mais do que isso e muito antes, só que ao contrário de Santos Dumont, que gostava de aparecer na mídia e receber elogios nos jornais, eles queriam criar uma máquina voadora e vende-la para ganhar dinheiro, por isso jamais fizeram grande testes com centenas de pessoas, pois tinha medo de que alguém lhe roubasse as patentes, mas mesmo assim existem registro e provas de seus voos anteriores.
No dia 17 de dezembro de 1903 (quase três anos antes do 14 Bis decolar) os irmãos fizeram quatro voos que foram de 36 até mais de 250 metros, fato que foi registrado no jornal Dayton Daily, que inclusive citou Dumont, pois naquela época ele já voava, mas com balões.
No ano seguinte, quando os irmãos já haviam voado quase uma hora, enfim chamaram repórteres para verem demonstrações de sua máquina de voar. No ano de 1905, eles já haviam conseguido voar mais de 36 quilômetros em pouco menos de 40 minutos em voo único, quebrando todos os recordes. A coisa era tão boa e funcionava tão bem, que eles conseguiam dobrar e fazer todo o tipo de movimento necessário para manobrar um avião. Por isso enviaram uma carta para o Departamento de Guerra Americano, tentando vender sua ideia e prometendo demonstrações, como você pode ver na transcrição de uma das cartas entre os inventores do avião e o governo:
Além disso, meses antes de Santos Dumont conseguir tirar o 14 Bis do chão, os Irmãos Wright já tinha conseguido patentear seu avião, em um processo que levou três anos, ou seja, ele foi iniciado em 1903 e no ano de 1906 a patente foi liberada e pôde ser conferida aqui nos mínimos detalhes: http://invention.psychology.msstate.edu/i/Wrights/WrightUSPatent/WrightPatent.html
Resumindo: Enquanto Santos Dumont ainda estudava aerodinâmica, os irmãos Wright já vendiam seu avião e eram capazes de realizar grandes voos.
Até mesmo a Franca, que amava Dumont e o chamava de inventor do avião, se curvou diante dos irmãos americanos, pois eles chegaram lá em 1908 e mostraram para eles o que era um avião de verdade, conseguindo voos enormes, com curvas, muito mais do que os 200 e poucos metros em linha reta do brasileiro.
E ainda existe aquele papo: Mas os irmãos Wrigth usavam uma rampa para voar. Isso era verdade, mas só era utilizada para facilitar a decolagem, tanto que nas vezes em que foram questionados por causa disso, eles simplesmente decolavam seu avião do chão, sem nenhuma ajuda, mostrando que ele era um avião completo.
Há também a história do relógio de pulso, que também não foi invenção dele, pois o verdadeiro inventor foi Abraham Louis Bréguet, que fez um sob encomenda para Carolina Murat, irmã de Napoleão, isso no ano de 1814, muito antes do brasileiro fazer tal coisa. Santos Dumont pode ter sido quem popularizou tal objeto, mas está longe de ser o inventor.
Curta e fique de olho para o próximo post da série, acabando com mais um falso mito de nossa história e revelando as mais estranhas história do Brasil.
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