sábado, 11 de fevereiro de 2012

Episódio cancelado - A morte do Pica Pau

      O que você vai ver agora é uma creepypasta, são boatos lendas  que circulam na internet mostrando o lado  negro de tudo, eu classifico a história como leve, mas é bem interessante.  


O episódio “O Afanador de Gasolina” ("The Gas Bandit"), do Pica Pau, é o último episódio da fase “Pica Pau Biruta”. Depois dele, começou a fase do Pica Pau “light”, mais fofinho.
O motivo dessa mudança foi a pressão que muitos pais dos EUA fizeram sobre os estúdios Universal. O Pica Pau biruta era considerado uma apologia às drogas, além de ter provocado inúmeros casos de pesadelos entre crianças. 
Mas o criador do personagem, Walter Lantz, não concordou prontamente com a mudança. Como naquela época, início dos anos 40, o Pica Pau ainda estava longe do sucesso que conseguiria posteriormente, Lantz disse que preferia cancelar o personagem a vê-lo se transformar em algo completamente diferente do planejado.
O autor conhecia as artimanhas dos estúdios, e sabia que a única maneira de realmente pôr um ponto final no assunto seria matar o personagem. Escreveu o roteiro, reuniu um pequeno grupo de animadores de sua confiança e gravou a história. Era exatamente “O Afanador de Gasolina”. Mas em uma versão um pouco diferente do que a conhecemos.
Dias antes da exibição desse episódio, a Universal ofereceu a Lantz uma compensação financeira bastante vantajosa, que finalmente fez o criador aceitar continuar com o personagem.
O episódio da morte do Pica Pau teve que ser, então, reformulado às pressas. 95% dele pôde ser aproveitado, tendo sido modificado apenas o final. Para ser mais exato, também foi acrescentada uma fala no começo do episódio, quando o Pica Pau diz "I'm a necessery evil" ("eu sou um mal necessário", que na dublagem ficou "eu sou um diabo necessário"). Isso mostra claramente o ponto de vista de Lantz sobre as mudanças que viriam: eram um "mal necessário".
A fita do episódio original, no qual o personagem morre de verdade, era fácil de ser achada entre os inúmeros arquivos da empresa de Walter Lantz. Isso mudou no final da década de 50, quando a popularidade do Pica Pau aumentou incrivelmente. O criador resolveu então escondê-la, por saber como ela poderia ser frustrante para os fãs.
Em meados dos anos 90, um grupo de estagiários foi convocado para vasculhar os antigos arquivos dos estúdios de Walter Lantz. O objetivo era achar algumas animações raras e fazer um VHS comemorativo com elas. Uma das fitas encontradas era a do episódio cancelado. Após assistirem, seis dos estagiários pediram desligamento do projeto, assustados e decepcionados com o que viram. Os outros a encaminharam para o coordenador, que imediatamente guardou a fita para si e pediu que todos esquecessem “aquela bobagem”. Não se sabe o que ele fez com ela.
O coordenador não sabia que um dos estagiários havia dado um jeito de gravar uma cópia precária do episódio, filmando a tela do monitor com uma câmera amadora. A gravação foi digitalizada e chegou a ser divulgada na internet. Contudo a rede mundial ainda não tinha a agilidade de repercussão de hoje, e a empresa de Lantz conseguiu com êxito estancar a circulação do vídeo.
Voltando aos roteiros: Curiosamente, na versão editada (que foi ao ar) o Pica Pau de fato “morre” após uma grande explosão, virando um anjo. No entanto isso é mostrado de uma forma “leve”, que, somada ao estilo non-sense do personagem, em nenhum momento despertou no público a impressão de que ele pudesse de fato ter morrido, chegado ao fim.

Na versão cancelada, a sequência é diferente:
Após a explosão, a câmera mostra o Pica Pau e o policial em cima de uma pequena nuvem, um ao lado do outro, ajoelhados, olhando para a Terra embaixo, chorando. Não têm asas nem auréolas. São desenhados em cores de leve transparência, que indicam serem dois espíritos. O cenário é todo em cores acinzentadas, como se estivesse prestes a cair um temporal. A trilha de fundo é profundamente triste, depressiva. É colocada em baixo volume. A intenção é dar total ênfase ao choro deles.
A câmera corta para um close do rosto do policial. As mãos estão na cabeça, arrancando em desespero pedaços de pele. Seu choro é realmente sofrido, de uma veracidade perturbadora. Cortam a imagem para a terra, onde se vê o corpo do policial em pedaços, como um brinquedo desmontado. Todos os membros e a cabeça estão separados do tronco. Não há sangue ou vísceras, mas isso não alivia o impacto da cena. Corta para a cabeça. A boca está entreaberta, dela escorre um pequeno filete de saliva; os olhos, bem arregalados, têm as pupilas muito pequenas, sem brilho, fitando o nada.
Volta para a imagem dos dois chorando na nuvem. Ela dura exatos 6 segundos, e cortam para um close do rosto do espírito do Pica Pau. Seu choro não apenas é perturbador, como parece ser um desesperado ataque de alguém que está perdendo a sanidade mental (nada mais apropriado para um biruta). Outro ponto que chama a atenção é que a voz do choro parece ter sido feita por outra pessoa, que não o dublador original do personagem. Especula-se fortemente que seria a voz do próprio Walter Lantz. Essa hipótese, embora forte e coerente, nunca foi confirmada.
Cortam para o corpo do Pica Pau, que também está em pedaços. Em seguida, mostram a cabeça em close. Vê-se bico aberto, faltando um pedaço da ponta e com a língua para fora. Os olhos arregalados mostravam as pupilas grandes como sempre, mas com uma diferença fundamental: as íris, em vez de verde como costumavam ser, estavam totalmente negras.
Diminuem aos poucos o volume da música triste, até desaparecer. Escuta-se apenas o choro do Pica Pau (o choro de Lantz?) acompanhando a imagem da cabeça. A tela vai escurecendo até ficar completamente preta, ainda se escutando o choro do espírito.
Aparece o “The End”.

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