A resposta para essa dúvida frequente pode estar no processo de impressão gráfica das primeiras revistas em quadrinhos.
Dúvidas aparentemente banais costumam assolar a mente de pessoas curiosas e, muitas vezes, essas questões simples acabam gerando respostas extensas e bastante instigantes. Um bom exemplo que não sai da cabeça de muita gente diz respeito a um dos heróis mais famosos do mundo: por que diabos o Superman usa uma cueca vermelha por cima da calça?
Publicada no Quora, site de uma das 7 empresas pequenas que podem virar gigantes no futuro, a pergunta gerou diversas respostas. A mais votada pelos visitantes do site, no entanto, é a de Ariel Williams, que explicou com detalhes as razões técnicas que levaram essa combinação pouco convencional para nós, mas que se tornou uma espécie de padrão nos uniformes de muitos super-heróis.
Custo e impressão: fatores limitadores
No começo das décadas de 30 e 40, a impressão de gibis se dava de duas formas: preto e branco ou em quatro cores. Em geral, esse tipo de revista era feito para ter o menor custo possível e, portanto, eram usadas as piores gramaturas de papel possíveis e os métodos de impressão mais rápidos e baratos.
A impressão colorida ficava reservada apenas à capa, já que essa era mais cara e exigia que as tintas fossem aplicadas em quatro estágios diferentes, um para cada cor. Porém, havia um problema nesse método: quando uma produção muito grande de revistas devia ser impressa, as máquinas precisavam trabalhar na velocidade mais rápida possível. Com isso, elas acabavam se desalinhando e precisavam de ajustes frequentes, o que explica, por exemplo, o fato de que muitos gibis trazem o colorido da imagem para fora do contorno.
Pontilhismo (halftone) e cores simples ajudam a manter a qualidade de impressão
Para evitar esse tipo de imperfeição, as revistas começaram a ser feitas com contornos muito precisos e impressos em um preto muito escuro, além de, normalmente, contar com objetos que podiam ser pintados com uma única cor.
Essas restrições levaram os artistas a adaptar os seus trabalhos para funcionar melhor nesses moldes. Para isso, o uso de dois métodos principais ajudavam a contornar o problema: uma técnica de pontilhismo, conhecida como halftone, e a utilização de cores sólidas muito escuras, que chapassem uma área. Em outras palavras, era necessário manter simples a colorização da arte, sem abusar das cores.
A estética da cueca por cima da calça
O problema é que, com as limitações descritas acima, os artistas sentiram certa dificuldade ao tentar demonstrar características de força e poder. Assim, a indústria passou a enfatizar os detalhes masculinos ou femininos de cada personagem, com variações de cores ou linhas que ajudam a dividir regiões da cintura, pélvis, pés, mãos e peito.
Sem a cueca, a pélvis se "une" às pernas do herói
O problema é que essas divisões podem ser pequenas demais e insuficientes dependendo da cena em que o personagem aparece. Na imagem acima, por exemplo, podemos ver que a figura do centro possui uma pélvis que se confunde com as pernas do Homem de Aço, tornando-a achatada e esquisita. Já a figura da direita realça a pélvis com linhas que dão a sensação de volume em uma região que poderia ser problemática para a moral da década de 40. Entretanto, colocar uma cueca por cima da calça resolveria todos os problemas, como pode ser visto no quadro da esquerda.
Nem mesmo o Tocha Humana escapou da moda das cuecas
na verdade é por que ele é gay mesmo..
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